Nasci numa família essencialmente feminina. Mal conheci meu avô, e minha avó foi uma matriarca exemplar. Meu pai faleceu quando eu tinha 9 anos, só tenho uma irmã. Tenho muitas primas, e só dois primos. Muitas tias, fortes amazonas. Poucos e distantes tios.
Costumo brincar (dizendo a verdade) que tive um filho homem pra me ensinar a lidar com o universo masculino, e foi só depois que ele virou adolescente que me casei (não com o pai dele).
Ultimamente tenho me sentido muito “yang” pro meu gosto. Planejar, anotar e revisar o que como, o que gasto, o que quero, o que faço. Fazer contar de dinheiro, calorias, quilometros...MUITA disciplina pro meu gosto pisciano. Sobra pouco (ou nenhum) tempo pra sonhar.
E no meio desse tsunami de obrigações “masculinas”, de repente me vejo invadida por apelos femininos. Adoro quando o Universo responde às nossas necessidades!
Além de emagrecer, existem outras coisas que pretendo fazer (viver) em 2011. Uma delas é retomar o hábito da leitura, que me dá tanto prazer. O que primeiro me caiu às mãos (este ano) foram os quatro volumes de “As brumas de Avalon”, que eu já tinha lido, mas adorei reler. É uma versão da história do Rei Artur que dá ênfase às mulheres. Fala da deusa antiga, e de como foi substituída pelo cristianismo patriarcal. Trata da força das mulheres, sua intuição, seu poder.
Agora, por indicação da Cássia (http://perspicassiasfelinas.blogspot.com/) estou me encantando com “Mulheres que correm com os lobos”. Só comecei, mas é um livro de psicologia com um texto cativante.
No primeiro capítulo, a autora (Clarissa Pinkola Estes), entra tantas outras coisas, relembra que faz parte do ser feminino recriar o que está morto, fazer renascer.
“A Mãe Criadora é também a Mãe Morte, e vice versa. Em virtude dessa natureza dual, ou dessa duplicidade de função, a grande tarefa diante de nós consiste em aprender a compreender à nossa volta e dentro de nós exatamente o que deve viver e o que deve morrer. Nossa tarefa reside em captar a situação temporal de cada um: permitir a morte àquilo que deve morrer, e a vida ao que deve viver”.
“Pode-se amassar a alma e dobrá-la. Pode-se feri-la e marcá-la com cicatrizes. Podem-se deixar nela os sinais da doença e as queimaduras do medo. Mas ela não morre.”
(Mulheres que correm com os lobos - Clarissa Pinkola Estes)
Não é lindo? Eu que fiz... rs... |
3 comentários:
Oi!!! Te achei! Parece que temos muito a trocar. Beijo.
Oi Ana Carla, adorei seu post, por conhecidência eu também reli ultimamente a série Brumas de Avalon, acho maravilhosa a história que consagra tanto o feminino, hoje tão esquecido. Antigamente a maioria das religiões enaltecia a mulher, hoje só vemos mulheres sobrecarregadas fazendo de tudo para serem super mulheres. Adorei seu blog! Estamos juntas nessa luta!!
Amiiga tem um selinho pra vc no meu blog. Bjoos
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