17.8.12

Humildade

"Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

(Cora Coralina)


4 comentários:

Benno disse...

grande sabedoria!

Brupax disse...

É bem isso. Humildade para se aceitar do jeito que é, e assim se amar! ;)

Claudinha ੴ disse...

Cora é um espírito abençoado, que deixou aqui na Terra lições muito importantes... Bela postagem! Um beijo!

Lu disse...

Vim agradecer e retribuir a visitinha.
Linda poesia!
Bjs,